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Sou professora de educação infantil desde 2005. Amo a educação infantil, é uma profissão que requer dedicação e responsabilidade. É mais do que apenas ensinar, é criar pontes para a aprendizagem. E nessa ponte transitam ensinamentos e aprendizagem nos dois sentidos (Transmitidos e Recebidos). Recebo gratificações diárias, através dos alunos, que manifestam amor e carinho por mim. Amo Educação Infantil. Agora estou trabalhando com a turminha de berçário, vou me dedicar profundamente a essa nova turma. Será um experiência maravilhosa.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CONSTRUTIVISMO E EDUCAÇÃO


Retirado da site: http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/

Construtivismo e Educação


INTRODUÇÃO

Quando começou a falar em construtivismo pensava-se que era apenas mais uma teoria de educação que estavam inventando, com o passar dos anos foi ficando claro a proposta do construtivismo como uma nova forma de pensar e re-estrutura a educação. A partir deste momento começou a pensar a criança de outra forma, não mais como um papel, onde podem escrever um monte de informação, sem que este questione o que esta recebendo, mesmo porque nossas crianças de hoje não aceitam mais nada que venha sob imposição. Os meios de comunicação e a própria sociedade moderna contribui para esta mudança, bom ou ruim não se sabe, mas ajudou.
A qualidade do ensino de uma instituição não é garantida pela adoção de uma determinada teoria pedagógica. Podem existir escolas que em seu discurso demonstrem estar afinadas com as mais modernas propostas pedagógicas e que, na prática, deixem a desejar na formação de seus alunos. Ao mesmo tempo, estabelecimentos tradicionais, que utilizam uma metodologia mais conservadora, podem ter êxito em seus objetivos.
Entre as teorias de aprendizagem, o construtivismo é a que goza de maior aceitação no momento. Pode-se dizer até que nove entre dez escolas se apresentam como construtivistas. Baseado em estudos do suíço Jean Piaget sobre o desenvolvimento do processo de aprendizagem das crianças, o construtivismo proposto pela psicóloga Argentina Emilia Ferreiro. Neste trabalho será descrito o que se pensa sobre Construtivismo e Educação sendo mostrado a posição de alguns estudiosos sobre o assunto, de modo geral.
CONSTRUTIVISMO E EDUCAÇÃO

Construtivismo encontra as suas bases nas pesquisas de Jean Piaget sobre a construção do conhecimento (Epistemologia genética), afirmando que este é o resultado da construção do próprio indivíduo. Essas conclusões são derivadas das suas pesquisas sobre "a origem e evolução da inteligência" que também se constrói na interação do sujeito com o mundo, considerando os fatores biológicos (maturação do sistema nervoso), experiências físicas, a troca social, e os processos de equilíbrio e desequilíbrio nessa construção. Nesse processo, o indivíduo é o motor ativo e coordenador do seu próprio desenvolvimento.
Quando se fala em construtivismo dentro da educação, muitas pessoas pensam que é uma teoria educacional, no entanto, nada mais é que uma teoria sobre o conhecimento, este assunto é bem visto por uns, mal vistos por outros, e ainda existem aqueles que não sabem o que isto significa. Fazendo uma análise sobre os anos que se passa dentro das escolas, talvez não se tenha boa recordação do passado, tanto quanto aos conteúdos estudados, quanto a nossa formação como indivíduos realizados intelectualmente. Continuando análise, pensa-se agora no ensino que as escolas estão fornecendo atualmente. Que tipo de cidadão a escola visa formar?As escolas realmente tem tido esta preocupação com o tipo de cidadão que pretendem formar ou apenas preocupam-se em manter o sistema já pré-estabelecido?
São estas e outras perguntas que nos deixam cada vez mais intrigados sobre o nosso futuro, futuro destas crianças que poderão tornar-se até mesmo governantes de nossa cidade, nosso estado ou país. Será que essas crianças estarão preparadas psicologicamente para encararem o futuro? Será que conseguirão introduzir em suas vidas os conteúdos programados que as escolas introduziram em seus anos escolares? Ou os mesmos não servirão para nada?
A maioria dos educadores visa formar indivíduos críticos, autônomos, confiantes de si mesmos, etc. Porém, na prática escolar o que proporcionam para desenvolverem estas habilidades em seus alunos?
O Construtivismo (vale a pena lembrar que não é um método), de certa forma "surge" como uma forma de re-estruturar a educação, baseado na teoria de Jean Piaget, acredita-se que o conhecimento do indivíduo é construído por si mesmo e não transmitido por alguém. Trata-se principalmente, de desenvolver a mente, pois isso contribuirá para que aprenda com menos dificuldade. Além disso, um bom desenvolvimento intelectual, contribui para que compreenda melhor o mundo em que vive e se torne mais livre. Compreendendo essa situação e sabendo qual seu papel no mundo, o indivíduo poderá fazer suas próprias escolhas.
A educação nos permite contribuir para o desenvolvimento da mente dos indivíduos, mas para isso, precisamos saber como se produz esse conhecimento, e suas leis, e contribuir para estimulá-lo colocando as pessoas em situações que o favoreçam. É importante que estejamos cientes que a inteligência não se desenvolve através de fórmulas ou técnicas transmitidas, a inteligência somente é desenvolvida exercitando-a e não ensinando a ser inteligente.
Um dos fatores que dificultam o progresso de muitos indivíduos na escola é o fato de não entenderem qual é a natureza do conhecimento e o que estão aprendendo na escola. De certa forma, este fato contribui para a indisciplina que cresce gradualmente dentro das escolas, sabemos que a criança tem muito a oferecer, sabem sobre os mais diversos assuntos, entretanto, o planejamento escolar já foi programado e seus conhecimentos talvez não poderão ser expressados em determinados momentos.
A aprendizagem deve começar pelos acontecimentos em que os alunos estão envolvidos (suas "crenças" prévias) e cujo significado procuram construir. Para se poder ensinar bem é necessário conhecer os modelos mentais que os alunos utilizam na compreensão do mundo que os rodeia, e os pressupostos que suportam esses modelos. Aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as "respostas certas" dadas por alguém.
Além de Piaget, outros estudiosos importantes para a educação, como o russo Lev Semynovitch Vygostky (1896-1934) e o francês Henry Wallon (1879-1962), também são construtivistas. Temos ao nível de Rio Grande do Sul, o GEEMPA, que é um grupo de pessoas que estudam o construtivismo e divulgam-no com a ajuda da Esther Pillar Grossi e outros colaboradores. Temos também a Argentina Emilia Ferreiro como outra estudiosa do Construtivismo.
Outro pensador que influencia a prática das escolas é o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934), que preconizava que o sujeito não nasce pronto nem é resultado exclusivo da ação do ambiente externo. Para ele, o desenvolvimento do indivíduo era resultado de uma interação permanente entre os processos internos e as influências do mundo exterior. Seu pensamento ficou sendo conhecido como sociointeracionismo.
A aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar que nunca parte do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. Atividade criadora é uma manifestação exclusiva do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar algo novo a partir do que já existe. Através da memória, o homem pode imaginar situações futuras e formar outras imagens. Sendo assim, a ação criadora reside no fato da não-adaptação do ser, isto é, de não estar acomodado e conformado com uma situação, buscando através do imaginário e da fantasia, um equilíbrio, bem como a construção de algo novo.
O papel da escola, para este autor é de fazer a criança progredir em sua compreensão do mundo a partir de seu desenvolvimento já construído e tendo como fim etapas posteriores ainda não obtidas. Cabe ao professor interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos a fim de que esse se sinta intrigado a procurar saber cada vez mais, fato esse não acontece ao aluno se não for provocado. É mister salientar que esta interferência pode acontecer entre pares, ou seja, uma criança que já sabe as regras de um jogo ajudar aos colegas que não sabem a entende-las, também, mesmo porque as crianças têm uma linguagem comum, pois se compreendem muito bem.
Como confirma Palangana (2001,160) ao escrever: "É nesse ambiente social e historicamente organizado que o sujeito se insere e se constitui enquanto tal".
Emilia Ferreiro, também, prega que o aluno precisa construir o próprio conhecimento. O pressuposto básico é que o processo de aprendizagem concretiza-se em situações de interação entre aluno, colegas e educadores, assegurando a construção de significados a partir de relações entre o que eles já conhecem e o que estão aprendendo de novo. Ao contrário do que acontece na escola tradicional, em que o professor ensina e o aluno escuta, o construtivismo pressupõe uma parceria e uma troca de informações entre as duas partes envolvidas. Como mediador, o professor precisa conhecer de perto os alunos para elaborar hipóteses que os ajudem a se desenvolver. Os materiais didáticos são produzidos segundo as necessidades da turma. Como as aulas não se repetem de um ano para o outro, é preciso haver uma colaboração estreita entre os mestres e a coordenação. Sem o investimento em muitas horas de reunião, é difícil ser fiel ao ideal construtivista.
A autora Emilia Ferreiro ainda vai mais longe afirmando que temos que alfabetizar para dar ao homem do povo sua palavra, para que ele possa escrevê-la, para ajudá-lo a não destruir seu discurso em troca de um discurso escolar estereotipado. Concorda-se com a mesma, quando diz que a criança deve ser ajudada a escrever, não apenas, necessariamente, de maneira correta, mas que esta ortografia não limite, não destrua, nem mate a língua escrita que ela pode produzir através de sua construção própria e livre de estereótipos escolares.
E ainda tivemos a colaboração de Henri Wallon para ele o fator importante na compreensão do desenvolvimento é entender os processos interativos existentes na relação do homem com seu meio físico e social. O homem e o meio estão vinculados como processos contínuos e interdependentes, e o elemento que estabelece este vínculo é a emoção. Através da emoção, a criança adquire seqüências de ações diferenciadas e instrumentos fundamental para distinguir, classificar e se sobrepor à realidade, num lance de conhecimentos dela própria, dos outros sociais e dos objetos de seu mundo.
Segundo o autor é baseada nas emoções e interesse que a criança construirá melhor seu conhecimento e o tipo de relação que terá com o meio social. Portanto, conclui-se que o professor só poderá ter seus alunos em aula, para aprenderem se seus anseios aí estiverem. Desta forma conforme o construtivismo, provoca-se esta falta, mediante um problema que toque realmente cada aluno.
No entanto, o professor não conseguirá ensinar por exposições ou explicações dos conteúdos logicamente já estruturados para depois se propor aplicações destes problemas, ao contrário o professor deve ensinar pela proposição inicial de resolução de problemas, pois eles são os únicos a provocar uma falta para a inteligência. Sendo assim, como o desejo é algo inteiramente pessoal, provavelmente um só problema não atingira todos os alunos de uma sala de aula, portanto as propostas didáticas, só serão efetivadas se contemplarem um espaço de problemas. No momento em que o aluno resolver um problema é que vai organizar os elementos teóricos que entram nesta tarefa e dar-se –á conta de novas necessidades, cabendo ai ao professor encaminhar o modo de atendê-las, não pela doação de matéria, como tradicionalmente se fala, mas exatamente proporcionando que os alunos construam as originalmente suas soluções.
Após analise destes autores observa-se à preocupação que o professor deve ter no momento de planejar o seu trabalho, o qual deverá levar em conta a bagagem cultural e emocional trazida pela criança, pois só assim terá condições de realizar um trabalho baseado no Construtivismo, porque dentro desta proposta o professor é visto como um mediador e não como quem determina previamente o que será trabalhado pelos alunos. Desta forma só com muito conhecimento da realidade em que ir atuar é que o professor pode aplicar esta proposta de trabalho pedagógico.

CONCLUSÃO

Talvez esteja na hora de pensarmos sobre os indivíduos que realmente desejamos formar, pensar em nossa forma de agir perante estas crianças que conosco estão hoje. O Construtivismo vem ao encontro das nossas necessidades, a única forma de desenvolvermos a autonomia moral e intelectual em nossos alunos é fazendo com que os mesmos se sintam seguros para tomarem decisões em suas vidas (nem sempre serão as mais acertadas), é nesta parte que nós, pais e educadores devem estar bem atentos; as crianças somente serão responsáveis por decisões tomadas por ela mesma, pois, enquanto as decisões forem tomadas por outras pessoas, ela poderá somente obedecer, perdendo desta forma a oportunidade de se tornar responsável, confiante e autônoma.
Ao trabalhar-se com o Construtivismo podemos formar sujeitos conscientes de sua função social, moral e intelectual, não meras pessoas que sejam manipuladas e ludibriadas diariamente, sem darem-se por conta do que estão passando, continuão a submeter-se a decisões de pessoas que não as conhecem, as quais o fazem a respeito das decisões sobre como deve ser a educação no país. Portanto, cabe a nós professores, estudar sempre e optar por uma educação onde os nossos alunos possam ter um futuro melhor, utilizando uma proposta de trabalho onde possamos oferecer esta oportunidade a eles desde seu início na vida escolar.
Dentro do construtivismo o professor deve ter uma mentalidade aberta, atitude investigativa, desprendimento intelectual, senso crítico, sensibilidade às mudanças do mundo combinado com iniciativa para torná-las significativas aos olhos dos alunos e flexibilidade para aceitar a si mesma em processo de mudança contínua.Ela precisa dar mais de si e precisa estar o tempo todo se renovando, para sustentar uma relação com os alunos que não se baseia na autoridade, mas na qualidade. A professora precisa de uma orientadora pedagógica para servir de interlocutora com quem ela possa refletir sobre sua prática.
A vantagem do construtivismo sobre outras linhas de ensino é procurar formar pessoas de espírito inquisitivo, participativo e cooperativo, com mais desembaraço na elaboração do próprio conhecimento.Além disso, o construtivismo cria condições para um contato mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e da escrita. Mesmo, muitos reclamando do construtivismo por não oferecer à professora instrumentos tão seguros e precisos com respeito ao seu trabalho diário.
Porém, em nível de conhecimento o construtivismo pode formar bem melhor o aluno quanto à qualidade do conhecimento, pois desperta no aluno um senso de autonomia e participação que não é comum em outras linhas pedagógicas. Uma das linhas mestras do construtivismo repousa justamente nos cooperação entre seus pares, investindo no desafio pessoal, como motivação para a criança ir sempre avante nas trilhas do conhecimento.
Outro fator importante a ser levado em consideração é o construtivismo ser uma teoria do conhecimento baseada numa filosofia materialista-histórica, o que vai de encontro com o atual sistema que mantém a maioria das escolas (públicas) brasileiras, imagina-se existir ai, mais uma dificuldade, para bom emprego desta nova forma de pensar a educação, porque será colocar água dentro de um copo de azeite, "desculpa o pequeno devaneio".

OBRAS CONSULTADAS:

COLL.César (org). O construtivismo na sala de aula. Traduzido por Cláudia Schilling. 6ªed. São Paulo: Ática , [s.d.]:

FRANCO.Sérgio Roberto Kieling. O construtivismo e educação . 4ªed. Porto Alegre: Mediação, 1995.

FURASTÉ , Pedro Augusto .Normas Técnicas para Trabalho Cientifico. 11ªed. Porto Alegre: [s.ed.] . 2002.

LOPES, Josiane.Jean Piaget: A lógica própria da criança como base do ensino REVISTA NOVA ESCOLA, São Paulo, Fundação Victor Civita, n.95, anoXI, agosto 1996.

OLIVEIRA.Marta Kohl de. Vygotsky; aprendizagem e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 3ªed. São Paulo: Scipione, 1995.

PALANGANA , Isilda Campaner . Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vygotsky . 3ªed. São Paulo: Summus, 2001.

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